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Como a nuvem vai ajudar a desvendar o DNA do brasileiro

Há 16 anos, um grupo de cerca de 5 mil cientistas de todo o mundo completou o primeiro mapeamento do genoma humano, um extenso estudo que permitiu identificar todos os nucleotídeos que compõem nosso DNA. Nesta semana, essa jornada da comunidade científica deu mais um passo com o anúncio do projeto DNA do Brasil, liderado por Lygia da Veiga Pereira e Tábita Hünemeier, ambas pesquisadoras pela Universidade de São Paulo (USP).

O projeto pretende identificar características únicas presentes no DNA da população brasileira a partir do sequenciamento do genoma de 3 mil pessoas. Para essa primeira fase do projeto, o DNA do Brasil tem parceiros como a Dasa, uma das maiores empresas de medicina diagnóstica da América Latina, e o Google Cloud, que será responsável por processar os dados na nuvem, reduzindo o custo do projeto e garantindo a segurança das informações. No total, as pesquisadoras desejam sequenciar o genoma de 15 mil brasileiros e estão em busca de recursos extras para alcançar esse número.

Ao desvendar o genoma da população brasileira, as pesquisadoras poderão entender melhor as características particulares da população brasileira, uma das mais ricas do mundo em termos de diversidade, devido às diferentes ondas migratórias, voluntárias e também forçadas, que permitiram que diversos grupos de pessoas chegassem ao país ao longo de sua história.

Com a pesquisa, o Brasil passará a fazer parte do mapa do genoma global e a contar com informações essenciais para gerar melhorias em saúde focados em nossa população, incluindo avanços na prevenção de doenças e na redução do custo de tratamentos. Hoje, países como os Estados Unidos e a China já têm sequenciados os genomas de um milhão de pessoas cada, enquanto o Reino Unido já soma uma base com cerca de 500 mil.

Desde que idealizaram o projeto, as pesquisadoras sabiam que um dos maiores desafios para o seu desenvolvimento estava em garantir uma alta capacidade de processamento dos dados, além de ferramentas adequadas para análise das informações. Para se ter uma ideia, cada genoma pode ocupar, em média, até 500 GB de espaço.

As professoras buscaram o apoio de Google Cloud para fazer o processamento dos dados de maneira segura e com baixo custo: com o uso da nuvem, o custo da infraestrutura para um projeto dessa magnitude — se comparado ao uso de uma infraestrutura própria de datacenter — cai em 90%.

Com experiência na área de processamento e análise de grandes volumes de dados genéticos, por meio do Cloud Life Sciences, o Google Cloud oferecerá ao projeto DNA do Brasil recursos de armazenamento, compartilhamento e análise avançados do primeiro lote de 3 mil genomas, se tornando um importante apoiador desse novo capítulo da ciência brasileira e da jornada para desvendar o genoma humano.

Por João Bolonha, diretor de Google Cloud para o Brasil


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